Prontuário eletrônico, telemedicina e educação à distância baseada na Internet estão interligados e convergindo, hoje, na visão do professor Luiz Roberto de Oliveira, da UFC. Para que as ações de telemedicina sejam implantadas, é preciso primeiro que os médicos se capacitem para usar os equipamentos e a metodologia. Além do que, os profissionais precisam estar atualizados com as novidades da medicina e da tecnologia constantemente.
As ferramentas para disseminar o conhecimento e a pesquisa podem ser a videoconferência e a educação à distância on line, ou baseada na Internet. O médico atualizado com os instrumentos de educação à distância pode utilizar a telemedicina, definida como a provisão de cuidados em saúde quando o tempo e a distância constituem fatores críticos para o atendimento do paciente.
Os fatores que facilitariam essa difusão da telemedicina no Brasil seriam o desenvolvimento tecnológico da informática, o sistema eficiente de telecomunicações, com recursos de telefonia pública e celular, sistemas de transmissão de dados, ligação por satélite em todo o território nacional e rede Internet. Os bancos brasileiros já utilizam essa infra-estrutura e algo semelhante poderia ser aplicado no setor de saúde.
A idéia é ter um sistema de rede, com centro de dados, um local onde existem normas de segurança, sistema antibomba e antiincêndio, geradores de eletricidade e redundância de computadores (para fazer back up, cópias). A telemedicina seria ainda facilitada pelo prontuário eletrônico. "Na hora em que no Ceará houvesse esse sistema em que o paciente pudesse estar em qualquer lugar e acessar os dados na web, seria mais fácil acrescentar a telemedicina", afirma Oliveira.
Os especialistas avaliam que, em um país de dimensões continentais como o Brasil, poderia haver distribuição mais uniforme de recursos de assistência médica. Mesmo em regiões onde há carência de determinadas especialidades, a telemedicina poderia transpor os obstáculos para se fazer diagnóstico e tratamentos adequados ou prover a orientação.
O médico Luiz Roberto de Oliveira dá um exemplo: "Um paciente no Interior com uma lesão de boca poderia ser visto por um médico generalista no Interior, recebendo orientação para realizar uma biópsia. O médico pode não ter a especialidade mas, ao invés de mandar o paciente para a Capital, pode enviar as informações via web, para ter uma segunda opinião médica e, a partir daí, realizar os procedimentos iniciais, só enviando o paciente quando tiver um diagnóstico ou uma orientação mais dirigida. Isso é telemedicina".
Fonte: No Olhar