No sábado, foi Cláudio Besserman Vianna, o Bussunda. Em julho de 2002, o ator Gerson de Abreu. Em 1998, o deputado Luis Eduardo Magalhães. Os três morreram de enfarte por volta dos 40 anos e os três faziam exames periódicos de saúde. O humorista, por exemplo, havia feito check-up em janeiro no Hospital Samaritano, no Rio, onde não foi constatada nenhuma obstrução arterial significativa.
Um check-up padrão prevê até 85% dos problemas cardíacos. "A incorporação de técnicas sofisticadas, como a cintilografia (uma substância radioativa é injetada na veia do paciente e se liga só às células vivas do corpo, o que é detectado por uma câmera), até consegue elevar as chances de previsão para 90%. Mas 100%, impossível", diz o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Outra dificuldade: Os fatores de risco têm tanto peso quanto um check-up. Um paciente saudável pode ter alguns resultados alterados, como do colesterol, em menos de um ano. Há quatro principais fatores de riscos, batizados pelos médicos de quarteto mortal: hipertensão, diabete, colesterol alto e tabagismo.
Na avaliação do funcionamento do ventrículo esquerdo, o que distribui o sangue oxigenado para o organismo, a chance de erro no diagnóstico de um ecocardiograma, exame mais utilizado, é de cerca de 30%.
Na detecção de doenças na membrana que envolve o coração (pericárdio), o eco tem 60% de precisão, dependendo do equipamento e do profissional. O exame capaz de fornecer o mapa mais preciso das artérias que irrigam o coração é invasivo e não está incluído em check-ups comuns: o cateterismo.
Os fatores de risco multiplicam as chances de riscos de enfarte. Bussunda tinha pelo menos cinco deles: gordura abdominal, mais de 40 anos, pressão alta (que, mesmo controlada, pesa na hora de o médico calcular o risco de problema cardiovascular), hereditariedade (a mãe morreu de enfarte) e colesterol alto. (das agências)
Fonte: No Olhar