faq
10/07/2006
Cuidados com o coração desde a infância

O enfarto do humorista Bussunda chamou a atenção da sociedade por ter ocorrido em uma pessoa com apenas 43 anos de idade. Mas o artista global era obeso, hipertenso, possuía o colesterol alto e não se cuidava, segundo especialistas. Bussunda morreu há três semanas, durante uma partida de futebol em Munique, na Alemanha. "Ele estava com a pressão alta, acabou forçando o trabalho cardíaco e, com isso, houve deficiência de oxigênio, isquemia, e o enfarto", explicou o médico cardiologista Antônio Vasconcelos Santos.

Ele lembra que os cuidados com o coração devem ser iniciados ainda na infância. Segundo ele, é importante que os pais levem seus filhos para o pediatra, pois, outras predisposições para o enfarto, em alguns casos, envolve fatores genéticos que precisam ser relatados para o profissional. Portanto, uma dieta adequada deve ser adotada para as crianças, evitando-se alimentos ricos em gordura animal e sal, a exemplo dos sanduíches, das batatinhas fritas etc.

"Eu tenho que ter cuidado, desde pequeno, principalmente se eu tiver um parente de 1º grau que já sofreu enfarto antes dos 60 anos", alerta o médico que possui 26 anos de profissão. De acordo com o cardiologista, a alimentação inimiga da saúde cardiovascular é a gordura animal, que, de uma maneira geral, não é benéfica nem para o coração nem para outros órgãos.

Vasconcelos enfatiza que a prevenção é o melhor remédio. "O sergipano precisa aprender a se cuidar", diz. A questão da obesidade e da alimentação pobre é um problema que os Estados Unidos estão vivendo hoje com os restaurantes de comida rápida (fast foods). "Nós vamos passar a viver esta realidade daqui a cinco ou dez anos. Como a obesidade é um dos fatores de risco de doença cardiovascular, aumenta-se o índice de morte", enfatiza.

Segundo ele, os primeiros da lista do grupo de risco são aqueles indivíduos que apresentam fatores genéticos, ou seja, os que têm um parente de 1º grau que sofreu enfarto antes dos 60 anos de idade. Mas outros fatores podem acelerar o desenvolvimento de problemas cardíacos. É o caso do fumo, da vida sedentária, da hipertensão, do diabetes etc. "Quanto maior o número de riscos, maiores são as chances de, em apenas dez anos, o indivíduo sofrer um enfarto.

"Por outro lado, se estes outros fatores desencadeantes do enfarto forem abandonados e/ou cuidados, os riscos diminuem consideravelmente", observa. Mas, para que isso ocorra, o chamado grupo de risco precisa ter força de vontade para mudar os hábitos diários. No estado, de uma maneira geral, o perfil do enfartado se constitui em pessoas obesas (com acúmulo de gordura no abdome), diabéticas, hipertensas, e que não se cuidam.

"São pessoas ansiosas, estressadas, que não freqüentam uma academia, e não fazem exercícios físicos de qualquer natureza", descreve Vasconcelos. Uma das explicações para este fato está no desenvolvimento tecnológico, que facilita a vida das pessoas e exige cada vez menos de esforço físico. Hoje, há até controle remoto para toca CDS de veículos, ninguém se levanta do sofá para mudar os canais de televisão, ligar ou desligar o aparelho de som, ou mal se move na cama para abaixar o volume da TV.

O cardiologista esclarece que, antigamente, eram as doenças infecto-contagiosas que estavam no topo das mazelas que afligiam a população em todo o mundo. Hoje, são os problemas cardíacos: enfarto e o derrame (acidente vascular cerebral), por exemplo. "Junte-se a isso ao dia-a-dia estressante, as pessoas têm dois empregos etc. É a vida moderna. Por isso que o problema cardíaco mais freqüente, atualmente, é o enfarto", aponta o médico.

Acompanhamento - O cardiologista Antônio Vasconcelos chama atenção para o fato de que os médicos precisam acompanhar seus pacientes e ter sempre à mão seu histórico médico. É necessário que haja um programa de monitoramento anual e que sejam feitos relatórios sobre o paciente.

Como também é médico do trabalho, Vasconcelos explica que, para cada função que a pessoa desempenha numa determinada empresa, por exemplo, o médico deve levar em consideração sua atividade especificamente. "Atender por atender não é mais admissível, é preciso conhecer seu paciente, o que ele faz, qual a última consulta, que problemas foram trazidos daquela vez, que medicamentos estava ou está tomando, tudo", diz.

Segundo ele, é fundamental a conversa com os pacientes. O profissional da medicina deve ver seu paciente sob três ângulos: como um paciente, como uma pessoa útil para a sociedade, e como membro da família, podendo até ser o membro principal da casa.

"Tudo isso deve ser observado. No mínimo, o médico deve ir a três congressos por ano para se atualizar e aprender mais. Em Sergipe, nós somos em torno de cem cardiologistas que são associados à Sociedade Sergipana de Cardiologia e que está sempre se atualizando", assegurou.

Remédios - De acordo com Antônio Vasconcelos, o doente cardíaco não paga caro pelos remédios, mas é preciso pesquisar e o médico que receita um medicamento deve estar atento aos preços também. "Troquei um remédio, que custa R$ 90, por outro do mesmo que sai por R$ 27. Se há a possibilidade de meu paciente gastar menos com a medicação, eu o farei", finalizou.

Fonte: Correio de Sergipe

 




 

 

              CardioCurso - Cardiologia e TEC


Fundação Interamericana do Coração


   

 

 
 
 
Cardio Curso para Prova TEC SBC AMB 2014 e Cardio Aula - Extensão Médica
Contato, Chat ao vivo ou preparatoriosaude@gmail.com8:30 às 18:30 - Chat ao vivo ou reparatoriosaude@gmail.com