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01/10/2006
Cardiologia - Idade do coração

Presença de fatores de risco, como tabagismo, hipertensão, sedentarismo e obesidade abdominal faz o órgão envelhecer antes da hora

O envelhecimento precoce de uma pessoa não é denunciado apenas pelo excesso de rugas, cabelos brancos ou perda do pique de viver. A presença de fatores de risco, como tabagismo, hipertensão, sedentarismo, obesidade abdominal e taxas metabólicas elevadas, principalmente de colesterol, triglicérides e glicose, faz o coração envelhecer antes da hora, independentemente da idade cronológica do indivíduo.

Em qualquer faixa etária, portanto, é preciso cuidar bem do coração, alerta o cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, do Instituto de Hipertensão de Minas Gerais e diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo ele, essa também é a preocupação da World Heart Federation, que quer marcar a data de hoje, Dia Mundial do Coração, com o início da campanha “Qual a idade do seu coração?”.

O motivo da campanha é justamente reverter o quadro de desinformação generalizada a respeito dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), respondem, a cada ano, por 17,5 milhões de óbitos no mundo.

A maioria das pessoas não tem conhecimento sobre sua pressão arterial, níveis de colesterol, triglicérides ou sobre a própria medida da circunferência abdominal, como revelou levantamento internacional, o “Shape of the nations” (A forma das nações) 2006. Segundo Malachias, essas informações são importantes para prevenir ou controlar uma série de patologias e, além disso, podem revelar a verdadeira idade biológica de uma pessoa, muitas vezes, diferente da idade cronológica.

“Assim como um jardim não sobrevive sem irrigação, nosso corpo não pode viver sem uma boa circulação”, compara o médico. Para ele, em vez de gastar tanto com cosméticos e suplementos que prometem retardar ou reverter o envelhecimento da pele ou do corpo, as pessoas deveriam se preocupar mais em preservar a circulação e combater a aterosclerose (envelhecimento e endurecimento das artérias). Sem circulação eficaz, a pele degenera e fica doente. O mesmo acontece em todo o corpo.

Controlar ou evitar índices alterados dos fatores de risco pode, portanto, salvar vidas e frear o envelhecimento cardiovascular precoce. No Brasil, colocar freio nesse envelhecimento significa diminuir as estatísticas assustadoras provocadas pelas doenças cardiovasculares. Atualmente, elas são a causa de 300 mil óbitos registrados anualmente (ou 40% do total de mortes). São 820 óbitos por dia, 34 por hora ou 1 a cada 2 minutos, provocados principalmente por infarto, derrame e insuficiência cardíaca. “A maioria dos casos poderia ser evitada com medidas simples de prevenção e controle”, afirma o médico.

No Brasil, a Campanha será levada a 12 capitais. Em Belo Horizonte, o evento de conscientização acontece na próxima sexta-feira, na Praça da Assembléia, região Centro-Sul. Alem de material informativo, a população poderá fazer testes para avaliar perfil e risco cardiometabólico.

Fonte: Saude Plena

 




 

 

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