Grande parte das mortes entre recém-nascidos, causadas por problemas cardíacos, pode ser evitada com o diagnóstico precoce e o tratamento realizado ainda no útero. Estatísticas revelam que em cada 100 bebês nascidos, um apresenta defeito congênito no coração, número muito superior á Síndrome de Down, que atinge uma criança a cada mil nascimentos.
Tratamentos ainda no útero estão entre os temas abordados no VII Encontro Nacional de Medicina Fetal, realizado em Campinas-SP, que se encerra hoje. Quando um casal está se preparando para ter um filho a primeira preocupação que surge é se o bebê vai nascer saudável.
E as primeiras doenças que vêm á cabeça são as síndromes. "Os futuros papais e mamães deveriam ficar ainda mais atentos aos problemas de coração, que são muito mais freqüentes entre os recém-nascidos do que a Síndrome de Down" afirma o professor Renato Ximenes, diretor científico do Centro de Ultra-sonografia Medicina Fetal.
A estatística que aponta a incid ência das doenças do coração é da March of Dimes, fundação norte-americana que busca melhorar a saúde dos bebês, prevenir os defeitos no nascimento e a mortalidade infantil. O número refere-se aos Estados Unidos, mas a média, segundo Ximenes, não varia muito de um país para outro e se aplica também ao Brasil.
Algumas das doenças impedem que o coração bombeie o sangue corretamente para os pulmões ou outras partes do corpo após o nascimento. Crianças que têm doenças do coração podem ficar com os movimentos do órgão acelerados e respirar com dificuldade enquanto se exercitam. Também podem ter aumento de peso e inchaços nas pernas, abdomen e em volta dos olhos. Outros sintomas de que alguma coisa no coração não vai bem é a palidez e a cianose, uma alteração na cor da pele que fica com tonalidade arroxeada. A cianose se dá pela desoxigenação da hemoglobina (a proteína responsável pelo transporte desse gás).
Fonte: Jornal da Manhã