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12/03/2007
Acompanhamento de cardíacos à distância

Investigadores de Coimbra criaram dois sistemas que permitem, à distância, acompanhar doentes com insuficiência cardíaca e pacientes com implante valvular cardíaco, reduzindo o número de casos graves e evitando a hospitalização. O primeiro vai ser testado em Junho

Dois equipamentos que permitem a detecção precoce de estados de insuficiência cardíaca e a sinalização de anomalias em próteses (válvulas mecânicas) dos pacientes implantados, em ambos os casos através de um acompanhamento médico à distância, foram desenvolvidos por investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em parceria com o Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), no âmbito de um projecto europeu de detecção precoce de doenças cardiovasculares: o denominado Projecto MyHeart, liderado pela Philips Research Laboratories, na Alemanha. Os dois sistemas foram, ontem, apresentados em conferência de imprensa.

De acordo com os investigadores responsáveis pelos protótipos, Paulo de Carvalho e Jorge Henriques, do Grupo de Computação Adaptativa do Departamento de Engenharia Informática da FCTUC, o sistema para gestão da insuficiência cardíaca vai entrar em fase de ensaios clínicos, em Junho, com testes em mais de 200 doentes a nível europeu.

Essencialmente, consiste numa camisola sem mangas, com um dispositivo para aquisição de electrocardiograma, que dará informação para caracterizar a insuficiência cardíaca. Recolhidos esses dados, serão, depois, transmitidos para um PDA (computador de bolso) e, por sua vez, enviados para o software hospitalar. É um equipamento que detecta, num estádio ainda precoce, as arritmias cardíacas e que, por isso, vai «permitir uma actuação atempada dos profissionais de saúde». Desta forma, está-se a «reduzir o número de casos graves», evitando-se a hospitalização, e, também, a contribuir para aliviar os sistemas de saúde, explicou, ontem, Paulo de Carvalho, responsável pela coordenação técnica na equipa nacional. O doente é mantido, pois, sob vigilância apertada, quase como se tivesse consulta todos os dias, mas sem necessitar de deslocar-se ao hospital.

O som do coração

O outro projecto, liderado por Coimbra, e que está a ser testado a nível local, consiste num sistema que permite monitorizar o estado da prótese valvular do doente para o resto da vida – as disfunções nas válvulas mecânicas ocorrem em mais de 40% das situações num prazo de 15 anos –, usando o som do coração. Como? Recorrendo a um estetoscópio digital, que permite adquirir o som cardíaco, por meio de uma banda (um género de cinto) que incorpora um microfone. O que é possível através de um algoritmo, uma espécie de cérebro virtual, que vai detectar os “cliques” das válvulas, comprando-os com os sons que elas emitiam após a intervenção cirúrgica. Sons esses que foram gravados e introduzidos no PDA, para servirem de referência à análise. Se forem diferentes, o dispositivo dará um alarme no local – para o doente – que será, também, enviado para a equipa médica, que actuará em conformidade. De acordo com Manuel Antunes, o Centro de Cirurgia Cardiotorácica que dirige implanta cerca de 200 válvulas por ano, estimando-se um número próximo das 100 mil a nível mundial. As doenças cardiovasculares na União Europeia (UE) e no mundo industrializado são a principal causa de morte, com uma tendência crescente e sem os factores que as originam estarem controlados. Estatísticas da UE referem que este tipo de patologias é responsável por 45% do total de mortes, ultrapassando largamente o número de vítimas devido ao cancro. Calcula-se a existência de oito milhões de doentes com insuficiência cardíaca na Europa e de cerca de cinco milhões nos Estados Unidos.

O que é o Projecto MyHeart

Liderado pela Philips Research Laboratories, na Alemanha, o projecto My Heart tem a participação de 34 parceiros de 11 países (dez europeus e uma clínica dos Estados Unidos da América). Conta, ainda, com a participação de algumas das mais importantes empresas europeias intervenientes na área clínica, de universidades, unidades de investigação, hospitais e empresas de telecomunicações. Iniciado em Dezembro de 2003 e com fim previsto para Dezembro de 2008, o projecto tem um orçamento global de 37 milhões de euros (17 milhões de fundos comunitários). Tem por missão principal encontrar soluções tecnológicas que possam prevenir a ocorrência de problemas cardiovasculares e que possibilitem a detecção atempada destas patologias. E por público-alvo os principais grupos de risco associados às doenças cardiovasculares, em particular obesidade, inactividade, stress e problemas relacionados com o sono. Um treinador virtual de fitness, que faz a gestão da actividade física, um conceito para controlo da depressão e um sistema para gestão autónoma de doentes por enfarte e AVC são projectos que estão a ser desenvolvidos pelos outros parceiros.



Fonte: Diario de Coimbra

 




 

 

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