Saber quais são as doenças que teremos com um simples exame, mudar o que for preciso e usar um medicamento feito especialmente para você. É o que promete uma nova área da ciência, a farmacogenômica (junção de genética e farmacologia). O tema foi assunto de um painel de apresentações do Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, em Nova Orleans, na Louisiana, Estados Unidos.
A proposta é identificar através de exames genéticos características pessoais ou de grupos de pessoas, que possam ser traduzidas em novos medicamentos ou tratamentos diretamente produzidos para esses grupos. A cardiologia já busca há décadas, desde os anos 1960, classificar indivíduos pelo perfil de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares.
Um avanço como esse traz efeitos econômicos, técnicos e até mesmo éticos. A produção de novos medicamentos, mais poderosos e específicos, pode evitar o uso desnecessário de drogas e conseqüentemente de efeitos indesejáveis. A própria pesquisa farmacêutica poderá enfrentar um novo paradigma passando do método de “tentativa e erro” para estudos orientados geneticamente. O estudo dos genes envolvidos em processos biológicos permitirá que se entenda porque alguns medicamentos funcionam em determinadas pessoas, e em outras praticamente não trazem resultado algum.
Mas como está a cardiologia nesse “admirável mundo novo”? Com o avanço das técnicas de pesquisa genética, especialmente após a divulgação dos primeiros resultados do Projeto Genoma Humano, as pesquisas se aceleraram. Já estão identificadas e classificadas algumas doenças cardíacas que têm relação com alterações nos genes.
O principal alvo dessas pesquisas no momento são as doenças que afetam famílias ou algumas alterações congênitas que traduzem defeitos genéticos. Nesses casos, já existe a possibilidade de fazer aconselhamento genético cardiológico, serviço disponível nos Estados Unidos, Canadá e Europa.
Fonte: G1