Doenças cardiovasculares representam cerca de 30% das mortes no Brasil, segundo dados do Datasus (Departamento de Informática do SUS). Com avanços nos tratamentos do câncer e das doenças infecciosas, aumentam-se os esforços na prevenção do infarto agudo do miocárdio. “A contribuição dos exames de imagem vem crescendo na medida em que conseguimos viabilizar o uso de tecnologia avançada antes mesmo que o paciente descubra que tem fatores de risco* para a doença arterial coronária”, diz o doutor Roberto Sasdelli Neto, médico radiologista da URP Diagnósticos Médicos, de São Paulo.
De acordo com o especialista, o emprego da tomografia computadorizada cardíaca (TC cardíaca) supera o cateterismo cardíaco no aumento de detecção de acúmulo de gordura nas paredes das artérias, em rapidez – já que o exame é realizado em menos de 20 minutos – e em conforto para o paciente, uma vez que trata-se de um método diagnóstico minimamente invasivo.
“O paciente é submetido apenas a uma injeção na veia periférica contendo um meio de contraste iodado. A tendência para o futuro, com a evolução tecnológica, é a ampliação do uso da TC cardíaca”, diz o médico. “Acoplando as imagens axiais em aparelhos de múltiplos detectores (tomógrafos multislice) ao eletrocardiograma, foi possível dar à TC resolução espacial e temporal, proporcionando melhor avaliação das artérias coronárias e da anatomia do coração. Pelas propriedades físicas, suas imagens axiais submilimétricas permitem não só a analise da luz das artérias de forma acurada, mas também propiciam a avaliação detalhada de suas paredes.”
Sasdelli Neto diz que exames como a ultra-sonografia intravascular (IVUS) – considerada ‘padrão ouro’ entre os métodos complementares utilizados durante o cateterismo – e a ressonância magnética (RM) são mais exatos na caracterização da placa, mas esbarram em limitações impostas pela disponibilidade, como exigência de pessoal treinado e grandes investimentos financeiros na aquisição dos aparelhos.
Principais fatores de risco para doenças do coração - Entre os fatores de risco não-modificáveis, constam: sexo masculino, idade avançada e história familiar de doença cardíaca prematura. Vale lembrar que episódios de infarto agudo do miocárdio vêm aumentando também entre as mulheres. Já os fatores de risco modificáveis, ou seja, que podem ser evitados e controlados, incluem: dislipidemia (alterações do colesterol e triglicerídios), tabagismo, hipertensão, obesidade, diabetes e sedentarismo.
Fonte: Revista Fator