Além disso, elas também apontam ganhos no acompanhamento do desempenho dos funcionários, graças a instrumentos mais eficientes disponibilizados pela utilização destas tecnologias.
A Brasil Telecom (BrT) é uma das que refletem estes ganhos. Desde 2001, quando passou a oferecer cursos a distância aos seus colaboradores, a empresa afirma ter economizado R$ 14,620 milhões.
A BrT, que começou com 40 cursos em sua plataforma on-line, possui hoje 651 cursos neste formato e já capacitou 30.934 alunos, totalizando 806 mil horas de capacitação. Segundo Regina Guimarães de David, coordenadora de Educação Corporativa da BrT, os principais ganhos foram nas áreas Comercial e de Teleatendimento (call center). “A principal área que atingimos foi o call center, que tinha pouca capacitação. A rotina mais enxuta, com poucas horas livres disponíveis, dificultava a saída destes colaboradores para treinamento”, diz.
Outra que também contabiliza ganhos é o Itaú, cuja holding possui 59 mil funcionários e investiu R$ 2 milhões na aquisição de um software de gestão de ensino a distância da Saba. “Com a segmentação das nossas atividades e o crescimento do número de funcionários, sentimos a necessidade de criar diferenciais competitivos e manter a motivação”, analisa Marici Soares Becherer, superintendente de Educação Corporativa do Itaú.
Desde então, a empresa vem aumentando a utilização da ferramenta e vem reduzindo custos. Em 2004, a empresa oferecia 20 horas de treinamento por colaborador, com um custo de R$ 42 por hora de treinamento. Com uma utilização mais ampla do e-learning, em 2006, a empresa elevou a carga horária para 40 horas e reduziu os custos para R$ 36 por funcionário. Em 2004, 11% das horas de treinamento dos cursos usavam e-learning e 89% eram presenciais. Estes índices caíram, tendo mudado para 54% e 46%, respectivamente.
O Grupo Mapfre, que investe em capacitação remota há sete anos, estima ter eliminado R$ 2,5 milhões de custos entre 2004 e 2006 com a ampliação desta forma de treinamento em detrimento das presenciais. “Outra vantagem é a unificação de conhecimento, que promove agilidade e um ganho ao processo de capacitação. O treinando passa a ter um prazo para execução e recebe uma certificação que avalia a assimilação dos conceitos”, avalia Cleide Fonseca Rodrigues, diretora de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Mapfre.
O grupo também utiliza os treinamentos a distância para capacitar a área comercial, através de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Em nove meses de existência, eles já capacitaram 3.101 corretores.
A Renault do Brasil é outra que adota o e-learning para capacitar sua rede de concessionárias no País. A redução de custos, que é dividida entre a montadora e as lojas, foi positiva: para as concessionárias, 30% e para a Renault, 13%. Desde 2004, a Renault investiu R$ 465 mil na capacitação de 3230 profissionais. “A vantagem é a velocidade. Como as concessionárias estão espalhadas pelo Brasil todo, a agilidade do curso presencial é mais demorada. Mas precisamos reduzir a resistência das pessoas à tecnologia: ainda há pessoas que têm dificuldade em operar Internet e computadores”, afirma Osvaldo Zalewska, gerente de Treinamento da rede de concessionárias da Renault.
Apesar das dificuldades, ele avalia que a utilização tem sido positiva, graças ao engajamento da alta direção no programa, a boas parcerias em tecnologia e ao equilíbrio na utilização de recursos multimídia. “Estes são os principais itens de gerenciamento para um bom desenvolvimento da ferramenta”, finaliza.
A Schering afirma que aperfeiçoará a sua ferramenta de treinamento a distância. “A idéia é gerir o aprendizado por competências e montar um plano individual para cada funcionário”, diz Giovana Pieck, responsável pelo Treinamento de Vendas.
Fonte: DCI