Luanda, 14/06 - O Ministério da Educação vai implementar, a partir do próximo ano, o sistema de ensino a distância para a universalização da educação primária de qualidade, informou hoje o vice-ministro para a Reforma Educativa, Pinda Simão.
De acordo com o governante, este sistema vai permitir que crianças e jovens sejam orientados a distância com o acompanhamento de um coordenador pedagógico, completando assim o esforço de ensino presencial.
Estes coordenadores serão os animadores das aulas e vão actuar para esclarecer dúvidas e acompanhar os discentes.
Pinda Simão que falava à margem do Fórum Nacional sobre a Criança afirmou que este projecto será progressivo e implementado até ao ano 2015, com o fim de se alcançar o ensino universal para todos e com qualidade.
O projecto, afirmou, será desenvolvido com base num material pedagógico elaborado pela Direcção Nacional do Ensino Geral e poderá envolver alguns recursos tecnológicos.
As aulas, frisou o vice-ministro, será para crianças e adolescentes com conhecimentos básicos de leitura e cálculo, saibam interpretar as letras e possam por meios próprios ter acesso a conhecimentos que serão aprofundados com professores de apoio.
O projecto será implementado em lugares que estão a dispopsição das comunidades como os jangos e as aulas serão até 6ª classe, limite do ensino universal obrigatório.
Para o sucesso do deste trabalho, Pinda Simão disse ser necessário a colaboração de todos os professores, agentes de ensino e os encarregados de educação.
O vice-ministro disse haver já experiências no país neste domínio. Nos anos 80 implementou um projecto que permitiu a formação de 16 mil professores com o ensino básico até a 4ª classe e terminaram com a 8ª.
No entender do governante, este processo é uma ferramenta fundamental hoje. "A escola convencional começa a ser revolucionada com outras inovações educativas, principalmente através da tecnologias de informação", sublinhou.
A par deste projecto, o MED vai trabalhar também para a expansão da rede escolar, com a colaboração da sociedade.
Disse que a experiência desenvolvida, sobretudo, no interior do país com os programas de melhoria das condições de vida da população e com a participação das comunidades devem continuar a ser incentivados.
Na sua óptica, a rede escolar que existe hoje, em condições de racionalização de meios, também pode atender mais alunos, evitando que haja outros sem oportunidade de estudar.
Neste aspecto, de acordo com o vice-ministro, a preocupação será a melhoria da qualidade de ensino que terá como efeito melhor rendimento dos alunos e aumento do fluxo de saída de alunos nas classes terminais para permitir maior capacidade de absorção.
Afirmou que o ministério vai actuar sob os recursos educativos, cujo principais são os professores e no incentivo do processo de supervissão e inspecção escolar para que se procure saber o que se passa nas escolas e como o trabalho está a ser desenvolvido.
Por este facto, adiantou, o ministério esta a desenvolver programas específicos de formação contínua de professores para ajudá-lo a melhorar o seu trabalho e ter resultados satisfatórios.
No entender do vice-ministro, esta tarefa só terá sucesso com boa gestão das instituições escolares. Por isso, os programas vão incindir também na formação de directores de escola, especialistas em coordenação pedagógica e do pessoal administrativo.