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10/07/2007
Esperança para paciente terminal

Especialista diz que o coração artificial poderia evitar o óbito de 80% dos pacientes que morrem na fila por um órgão

Bem mais perto da realidade está o coração artificial, sistema de assistência mecânica circulatória, desenvolvido pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo, que pode ser uma esperança de vida para muitos pacientes que estão na fila de espera do transplante cardíaco. Temas como este foram discutidos, ontem, no Curso Teórico-Prático em Transplante Cardíaco, que faz parte da programação do VI Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, que começa hoje, no Hotel Vila Galé, em Fortaleza.

Realizado no Hospital de Messejana, o curso teórico-prático reuniu 60 profissionais de todo o País para aprenderem e revisarem técnicas em retirada e implante do coração.

Um deles é o cirurgião cardíaco Jarbas Dinkhuysen, que é chefe da Setor de Transplantes do Instituto Dante Pazzanese. Além das pesquisas desenvolvidas em torno do coração artificial, o cirurgião cardíaco abordou a técnica de transplante bicaval bipulmonar.

Pesquisa

O coração artificial, de acordo com Jarbas Dinkhuysen, compreende uma bomba centrífuga e um coração artificial, acoplados a uma bateria externa, que pode funcionar como um auxílio ao coração. A pesquisa, que já foi desenvolvida em 19 bezerras, apontou quase três semanas de sobrevida nos animais.

Quando atingirem o resultado de cerca de 30 dias em duas ou três bezerras, os pesquisadores do Instituto Dante Pazzanesi pretendem iniciar os estudos em humanos.

O cirurgião cardíaco enfatiza que, nos Estados Unidos, o desenvolvimento do coração artificial já está tão bem consolidado que existem pacientes da fila de espera utilizando o aparelho e que eles não querem mais ser submetidos a transplantes, pela qualidade de vida que recuperaram.

O aparelho, conforme Jarbas Dinkhuysen, pode ser utilizado em situações clínicas insustentáveis, quando o paciente está na fila de espera por um coração e tem a sua situação agravada, ou ainda para doenças crônicas na qual não há indicação de transplante.

Ele informa que cerca de 38% a 42% dos pacientes que estão na fila de espera acabam morrendo e, desse total, cerca de 80% poderiam ser recuperados com o auxílio do coração artificial, apresentando sucesso no transplante. “O paciente renal tem a hemodiálise enquanto espera o transplante de rim. No caso do coração, o paciente não tem nada e o coração artificial pode evitar quase 80% desses óbitos”, destaca.

Assim como muitas outras pesquisas no País, os entraves para acelerar os estudos do aparelho esbarram nos recursos. “O Ministério da Saúde ainda não mostrou interesse, não disponibilizando recursos para isso. O custo de um coração artificial é exatamente o mesmo de um implante coclear e de outros aparelhos ortopédicos e marcapassos”.

 




 

 

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