Congresso discute acesso mais amplo para tratamento avançado de doenças do coração e as novas tecnologias
Se as novas tecnologias favorecem uma sobrevida maior para pacientes cardíacos idosos, melhor fizeram para grupos de outras faixas etárias. O grande problema no Brasil no tratamento dessas patologias tem sido o acesso ainda estratificado, não sendo abrangente para as classes sociais menos favorecidas.
A avaliação é do chefe do Serviço Cardiovascular, do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), mantido pela Universidade Federal do Ceará (UFC), João Martins, ao presidir, ontem, o debate “Avanços na cirurgia cardíaca”, que teve como palestrante o cardiologista norte-americano Igor Gregoric, do Texas Heart.
A palestra fez parte do dia de encerramento do XIII Congresso Cearense de Cardiologia, iniciado na última quarta-feira, no Hotel Marquise by Sol Meliá, que contou com cerca de 600 participantes, segundo a organização do evento.
Sobrevida
Como professor de um hospital universitário, João Martins enfatizou que as novas tecnologias já garantem uma sobrevida para os pacientes portadores de patologias clínicas, principalmente aqueles com idades muito novas ou idosas, considerados como grupos de alto risco.
“Houve um tempo em que sequer operávamos do coração uma pessoa com idade acima dos 70 anos. Hoje, isso é feito com muita freqüência para aqueles com mais de 80 anos”, salientou o médico.
Já o cardiologista Igor Gregoric chamou a atenção para o sistema norte-americano. O médico garante que é pouco diferente do brasileiro, no sentido de superar as barreiras sociais para o acesso a tratamentos mais sofisticados.
Gregoric ressaltou, no entanto, que uma alternativa encontrada consiste na criação de fundos de empresas médicas, no sentido de democratizar as tecnologias para as populações mais pobres, tornando assim o atendimento médico-hospitalar mais democrático.
“Toda tecnologia tem um custo muito elevado, daí que a iniciativa privada tem garantido protocolos, com a finalidade de que não falte a assistência médica para pacientes que correm riscos de vida, caso não sejam submetidos a esse tratamento especializado”, disse o especialista norte-americano.
Novidades
As novidades apresentadas no XIII Congresso Cearense de Cardiologia, encerrado ontem, foram desde a apresentação de novos medicamentos, resultados de consensos internacionais, quanto em equipamentos que permitem o melhor uso de aparelhos de diagnósticos monitoração cardíaca e, principalmente, os utilizados para intervenções cirúrgicas, como transplantes. Os participantes do evento elogiaram a iniciativa e ressaltaram a importância de congressos como o realizado em Fortaleza.
Fonte: Diario do Nordeste