Já é possível ver, até mesmo em transmissões esportivas na televisão, a turbulência que o ar causa ao redor de um carro de corrida. Mas agora não é mais preciso se limitar a ver - é possível também sentir. E não apenas o ar ao redor de um carro ou avião, mas também um coração batendo vivo no interior do peito de um paciente e até mesmo os campos de força no interior de uma molécula.
Háptica
Utilizando a enorme capacidade de processamento dos supercomputadores e mecanismos de feedback ativo, cientistas da Universidade de Linköping, na Suécia, criaram um conjunto de algoritmos - passos lógicos que compõem um programa de computador - que permitem não apenas que se veja, mas também que se sinta qualquer forma tridimensional cujas imagens estejam em formato digital.
O grande volume de dados representado, por exemplo, por uma tomografia tridimensional do corpo humano, pode conter informações valiosas que podem ser captadas mais facilmente se o médico puder, além de ver, também tocar a imagem.
É aí que entra a chamada háptica, um ramo da ciência que estuda a integração da sensação do tato ao mundo da eletrônica e da informática. A háptica já é utilizada tanto em videogames quanto em sofisticados sistemas de cirurgias à distância.
Tocando o coração
Em sua tese de doutoramento, o pesquisador Karljohan Lundin Palmerius desenvolveu um programa de computador que permite justamente essa interação do ser humano com as imagens mostradas na tela do computador - através do tato.
A técnica deverá ter um enorme impacto na formação de médicos e outros profissionais de saúde, na medida em que permite que os estudantes pratiquem "tocando" em um coração que está batendo de verdade, no peito de um paciente real - e sem que o paciente corra qualquer risco de uma "barbeiragem" desses marinheiros de primeira viagem.
"Eu sou o primeiro pesquisador a apresentar os eventos dinâmicos de um coração batendo em um paciente real," orgulha-se Palmerius.
Fonte: Inovação Tecnológica