Avanços na medicina: infarto assusta menos
“Vivi durante 20 anos um período em que todo paciente com dor no peito ia fazer cateterismo e/ou cirurgia. Nos últimos dez anos, houve uma revolução”. O relato é do cardiologista Francisco Fonseca, trinta anos de experiência, professor de cardiologia e vice-presidente da Sociedade Latino-Americana de Aterosclerose. “Hoje, o medicamento estabiliza antes, nem todos vão para o centro cirúrgico. O infarto ainda assusta, mas menos”.
Entre os avanços que tornaram essa “revolução" possível, um dos mais importantes envolve a prevenção de um infarto. Hoje, os médicos conhecem os principais fatores de risco e conseguem identificar quais as pessoas mais ameaçadas por problemas cardíacos.
No entanto, ainda assim, para um terço dos homens e para metade das mulheres, a primeira manifestação de um problema cardíaco é um infarto, de acordo com Fonseca. Antes desse ponto, essas pessoas, em muitos casos, sequer tinham visitado um cardiologista.
O momento mais arriscado é esse. “A maior parte das mortes ocorre no período logo após o infarto, antes da pessoa chegar ao hospital”, conta um médico.
Uma vez sob os cuidados da equipe médica, a chance de sobrevivência aumenta, e os procedimentos médicos se mostram cada vez menos invasivos. “Hoje temos remédios para afinar o sangue e exames de imagem que conseguem monitorar como está o coração do paciente após o infarto sem precisar utilizar um cateter ou um bisturi”, conta Fonseca. “São remédios bastante seguros”, diz ele.
Com os avanços, é possível separar os casos de risco elevado daqueles mais moderados. Só vai para a cirurgia, quem realmente precisa. E, mesmo por lá, a medicina avançou bastante.
Ainda assim, o mais importante, ressalta o médico, é investir na prevenção. Manter um estilo de vida saudável, peso adequado e fazer exercícios regularmente é a melhor maneira de evitar passar uma temporada na UTI se recuperando de um infarto.
Fonte: G1
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