Representantes de um consórcio formado por empresas angolanas e portuguesas assinaram ontem, em Luanda, um protocolo para implementação de um projecto de telemedicina. O acordo vai ajudar os pacientes dos hospitais pediátricos de Luanda e Coimbra a fazerem consultas à distância.
O consórcio é formado pelas empresas Angola-Telecom, Unitel, , Homoangola, Portugal-Telecom Inovação, Multitel, Homoportugal e os hospitais pediátricos de Luanda e Coimbra.
Segundo o engenheiro Manuel Dinis, um dos signatários do acordo pela Medigraf da PT Inovação, os serviços, numa primeira fase, serão gratuitos. Só as ligações em telecomunicações serão pagas .
“Os primeiros seis meses são totalmente gratuitos. O que há de facto em termos de custos são circuitos de telecomunicações que é preciso manter estabelecidos entre Portugal e Luanda. Esses custos estão a ser determinados”, disse.
A solução de telemedicina é suportada pela plataforma Medigraf da PT Inovação, por uma infra-estrutura de telecomunicações fornecida pelas operadoras Angola-Telecom, pela Multitel e Unitel. Os hospitais Homoangola e Hemoportugal vão fornecer os equipamentos médicos de ecografia.
Na fase inicial, o projecto está a consolidar-se com a Cardiologia Pediátrica, estando somente ligado aos dois hospitais de Luanda e Coimbra. O protocolo prevê a expansão a outras especialidades clínicas e o alargamento do serviço a um hospital pediátrico numa das províncias de Angola.
De acordo com o Director do Hospital Pediátrico de Luanda, dr. Luís Bernardino, a consulta por sistema de telemedicina está aberta a todas as pessoas. No entanto, serão os médicos a determinar se o doente deve ou não ser consultado por intermédio dessa inovação tecnológica. “ Sendo um hospital público está aberto a toda a gente, mas, obviamente, são os profissionais que vão determinar se o caso clínico justifica uma consulta em telemedicina.
O critério de selecção de pacientes é puramente clínico e técnico. Por exemplo, neste caso particular, a cardiologia presta-se muito a este tipo de consulta, porque passa por um exame que é a ecografia, que pode ser perfeitamente vista com uma imagem muito boa e que pode ser partilhada pelos dois pontos de comunicação.”
Para os representantes da Angola- -Telecom e da Unitel, apesar de algumas dificuldades que se têm verificado nas companhias, tudo está a ser feito para que não hajam falhas no momento das consultas assim como nas operações.
Nos dias dez e onze do mês em curso decorreu, nas instalações do Hospital Pediátrico de Luanda, o primeiro curso de Cardiologia Pediátrica ministrado à distância a partir do Hospital de Coimbra a cerca de 70 médicos e enfermeiros do Hospital Pediátrico de Luanda.
A título experimental, actualmente já se realizam mais de seis teleconsultas por semana entre os dois hospitais pediátricos, dando resposta aos casos mais graves.
A inauguração da solução de telemedicina, lançada ontem em Luanda entre os Hospitais pediátricos de Luanda e Coimbra, será no primeiro semestre do próximo ano.
Fonte: Jornal de Angola