O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vai aplicar, em outubro, um exame de habilitação para alunos do último ano e recém-formados em Medicina nas faculdades e universidades paulistas.
A prova, que será opcional, será a primeira ação que tem como objetivo verificar o conhecimento dos profissionais formados em Medicina - uma iniciativa que, para os organizadores, poderá ganhar dimensão nacional e, talvez, tornar-se obrigatória no futuro.
As inscrições começarão em maio e serão feitas pela Fundação Carlos Chagas. Não haverá taxa de inscrição e os exames serão realizados em São Paulo e em Ribeiro Preto.
Na primeira fase da prova, os candidatos responderão a 120 questões que envolvem clínica médica, clínica cirúrgica, ginecologia e obstetrícia, pediatria, saúde pública e epidemiologia - conteúdo semelhante ao exigido nas provas de residência.
Além disso, terão questões de ciências básicas (fisiologia, bioquímica, microbiologia, parasitologia, biofísica e biologia molecular), bioética e saúde mental.
Os aprovados nessa primeira parte serão convocados para fazer, em novembro, uma segunda fase da prova, formada por uma avaliação prática.
"Vamos mostrar que é possível avaliar um médico por meio de uma prova, que já é o que acontece nas provas de residência, mas que abrangem apenas metade dos formandos", explica o conselheiro do Cremesp, Bráulio Luna Filho, responsável pela equipe que está elaborando o exame.
"Com a proliferação das faculdades de Medicina, aumentaram as reclamações em relação a má conduta de profissionais. Por causa disso, após discussões, resolvemos começar o projeto piloto", afirma o médico.
Segundo ele, a idéia é aplicar a prova por dois anos, e depois apresentar os resultados para a comunidade médica e para toda a sociedade, para tentar ampliar o exame, a exemplo do que acontece com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Fonte: Estadão