Um estudo do Ministério da Saúde, realizado em parceria com as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pelotas (UFPel), Minas Gerais (UFMG), Bahia (UFBA) e Universidade de São Paulo (USP), apresentado nesta quarta-feira (27/04) aos membros da CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica), mostra que o país tem um déficit de cerca de 5.000 especialistas em diferentes áreas e que essa carência é acentuada nas regiões Norte e Nordeste.
O trabalho indica que faltam médicos para trabalhar nas unidades de tratamento intensivo (UTIs) em todos os Estados das regiões Norte e Nordeste e em parte do Centro-Oeste. Nesses locais, informa a coordenadora-geral de ações estratégicas de educação em saúde, do Ministério da Saúde, Laura Feuerwerker, não há profissionais para atender às necessidades da população e nem programas de formação de residentes.
As regiões Norte e Centro-Oeste precisam também de anestesistas e, em todo o país, faltam psiquiatras e especialistas em saúde da família. O estudo revela ainda que há excesso de pediatras, porque os programas de residência médica continuam formando esses profissionais sem verificar que o número de nascimentos vem caindo nos últimos 20 anos.
Para o presidente da CNRM, Antônio Carlos Lopes, o estudo é uma contribuição importante e vai orientar a definição de programas de residência médica no Ministério da Educação. Lopes constituiu uma subcomissão para trabalhar a criação de residências a partir das carências apontadas no trabalho do Ministério da Saúde.
Aumento
Laura Feuerwerker destacou que a discrepância entre as necessidades de especialistas e a formação de residentes ocorreu porque nos últimos 15 anos "houve pouca conversa entre as áreas de saúde e educação, mas que isso hoje está mudando".
Ela também informou que nos últimos dez anos os cursos de graduação em medicina passaram de 80 para 138, mas que a expansão dos programas de residência não acompanhou esse aumento, por isso o déficit de cerca de 5.000 especialistas.
A CNRM é um órgão da SESu/MEC (Secretaria de Educação Superior) que define as políticas e orienta a formação de médicos residentes.
Fonte:Noticias Uol