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29/04/2009
Mortalidade por doença cardíaca

Estudos alertam para os índices de mortalidade por doença cardíaca no início da manhã

Um alerta aos hipertensos e potenciais vítimas de distúrbios cardiovasculares: controlar a pressão arterial, especialmente no período da manhã é mais que necessário, pode ser determinante para a sobrevivência. É o que sinalizam os mais recentes estudos científicos em todo o mundo, que chegaram à conclusão de que o pico de incidência de eventos cardiovasculares está associado à elevação da pressão arterial que ocorre ao despertar e ao iniciar as atividades do dia.

Conhecido no universo acadêmico como elevação matinal da pressão arterial, este tipo de evento pode ser fatal para o hipertenso. Cerca de 85% das vítimas de derrame sofrem de pressão alta; entre as vítimas de infarto do miocárdio, de 40% a 60% têm hipertensão associada. Outros distúrbios mais freqüentes relacionados a pacientes hipertensos são a isquemia miocárdica e a morte súbita de origem cardiovascular, que tem vitimado um número cada vez maior de pessoas com perfis diversos – inclusive jovens e atletas.

Estudos evidenciam que a morbidade e mortalidade por doença cardíaca isquêmica são muito mais elevadas entre 8 e 12h. Para o cardiologista Otávio Rizzi Coelho, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (São Paulo), tratar a hipertensão pode reduzir em 40% as chances de morte por derrame cerebral e em 20% por infarto do miocárdio. “O medicamento ideal para controlar a hipertensão é o que permite a manutenção da pressão ao longo de 24 horas em níveis adequados, protegendo o paciente durante todo o dia, inclusive nas primeiras horas da manhã”, afirma o especialista, ressaltando ainda que evitar a ocorrência do derrame cerebral é um dos principais benefícios do tratamento.

A incidência do infarto do miocárdio (IAM) pela manhã, com pico em torno das 9 horas, é três vezes superior à incidência no período noturno, segundo pesquisadores. Estudos sobre a ocorrência de morte súbita revelam a incidência crescente deste evento após as 3 horas da manhã, com pico às 9 horas, decrescendo depois das 15 horas.

Importância do tratamento Comparações estatísticas da ocorrência de acidentes cardiovasculares no período matutino apontaram a elevação gradativa da pressão arterial como fator decisivo na freqüência dos acidentes. Os médicos alertam que as chances de sofrer um derrame ou ataque cardíaco são ainda maiores para os hipertensos. A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 26 milhões de brasileiros são hipertensos e somente cerca de 2,7 milhões estão em tratamento. Conhecida como “doença silenciosa”, por não apresentar sintomas evidentes, o desconhecimento da condição clínica é um dos principais agravantes que impedem o tratamento adequado. “Pior são os que sabem ser hipertensos e não iniciam ou abandonam o tratamento antes d o período indicado”, alerta Rizzi.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, 21,6% da população com 18 anos ou mais é hipertensa. Isso representa cerca de 26,5 milhões de pessoas que sabem que tem a doença: destas, apenas 5.076.631 estão no Sistema Nacional de Cadastro e Monitoramento de Hipertensos e Diabéticos (Sis-Hiperdia).

Novas descobertas Outro dado que merece atenção ao se falar de hipertensão é o programa de estudos conhecido como Protection, composto por 11 estudos que analisaram aproximadamente 38.000 pacientes hipertensos em diversas fases da evolução da doença, bem como comparou diversas opções de tratamento visando controlar a pressão arterial. Os dados obtidos nos diversos estudos mostraram que a utilização de telmisartana nas mais diversas fases de evolução da hipertensão arterial apresenta benefícios adicionais quando comparada com a utilização de outras medicações igualmente indicadas pela classe médica para controlar a pressão arterial.

A telmisartana apresenta melhor tolerabilidade para tratamento em longo prazo, importante na redução do risco de morte cardiovascular, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e hospitalização devido à insuficiência cardíaca congestiva. A substância mostrou também ser mais bem tolerada do que ramipril. O laboratório Boehringer Ingelheim é responsável pelo desenvolvimento da substância ativa telmisartana, composto de um medicamento conhecido no mundo inteiro, apontado como eficaz no controle da pressão arterial em pacientes com hipertensão em todos os estágios. Da classe dos bloqueadores dos receptores da angiotensina II, a telmisartana promove controle consistente da pressão arterial durante 24 horas, principalmente nas primeiras horas da man hã, que são de grande risco para eventos cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e AVC. Os medicamentos da classe dos bloqueadores da angiotensina apresentam melhor perfil de tolerabilidade, ou seja, presença pouco significativa de efeitos adversos quando comparados a outros anti-hipertensivos.

A hipertensão em números Caracterizada pela elevação da pressão do sangue nas artérias, a doença atinge 600 milhões de pessoas no mundo inteiro. Uma pessoa é considerada hipertensa quando possui pressão arterial igual ou maior que 14 por 9 com certa freqüência. A doença ocorre devido à contração dos vasos sanguíneos arteriais, por onde o sangue circula. Em alguns pacientes as causas da hipertensão permanecem desconhecidas e somente em 5% dos casos é possível a identificação definitiva do agente causador: alterações ou obstruções das artérias renais. O problema se manifesta geralmente a partir dos 30 anos e atinge tanto homens quanto mulheres.

Dados sobre mortalidade do Ministério da Saúde (2004) registram 265 mil mortes por doenças do aparelho circulatório, o que representa 30% das causas de morte dos brasileiros. Metade delas está relacionada à hipertensão não-controlada. Relatório anual da OMS (World Health Report 2003) aponta a hipertensão como o terceiro principal fator de risco associado à mortalidade mundial: perde apenas para sexo inseguro e desnutrição. A hipertensão está presente em 5% dos 70 milhões de crianças e adolescentes no Brasil: são 3,5 milhões de crianças e adolescentes que precisam de tratamento. Diversos estudos levantaram a prevalência da hipertensão juvenil. No Rio de Janeiro ela está em torno de 7%. Em Belo Horizonte e Florianópolis é de 12%. Em Salvador, 4% das crianças e adolescentes têm hipertensão arterial.

Fonte: JC Online

 




 

 

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