Especialista alerta para dores no peito e dá dicas para prevenir contra Angina
Conforme as atividades de esforço que realiza, o coração precisa de oxigênio e varia de acordo com a rapidez e força dos batimentos. Se uma pessoa faz esforços físicos excessivos ou passa por situações emocionais desgastantes, a atividade aumenta, exigindo mais oxigênio. Quando o coração não recebe a quantia suficiente de oxigênio ocorre uma dor na região do tórax, conhecida como angina. Quem faz o alerta é o médico cardiologista Fernando Abrão Adura, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, e explica que normalmente essa problemática é consequência de uma doença das artérias coronárias, mas também pode ser anomalias como o estreitamento da aorta e anemia.
Quando ocorre restrição da irrigação sanguínea, os nutrientes e oxigênio não chegam ao coração e a dor ou uma pressão no peito são sinais de que o coração está recebendo menos sangue do que precisa. A dor também pode se manifestar no ombro, braço esquerdo, nas costas, pescoço e estômago.
Caso as artérias se estreitem ou exista algum obstáculo que dificulte ou impeça a chegada de maior volume de sangue ao músculo cardíaco, pode ocorrer a isquemia, levando a dor torácica. Vale lembrar que quem tem isquemia nem sempre tem angina.
A angina pode ser estável e instável. A primeira é provocada pelo aumento repentino do trabalho do coração, a dor dura enquanto ocorrer o estímulo. Já a instável ocorre em repouso ou com pequeno esforço e pode vir acompanhada de náuseas, vômitos, sudorese e falta de ar, podendo caracterizar risco de infarto.
Segundo o especialista, a dor da angina pode se agravar pelo estresse emocional, estômago cheio e exposição a baixas temperaturas. "Certos cuidados são de muita importância para a prevenção e controle da angina, portanto é fundamental que o paciente faça um controle regular, já que a síndrome oferece risco de morte e precisa de atendimento profissional", explica Adura.
O diagnostico é feito a partir dos relatos do paciente, pois os exames podem acusar que está tudo normal. O médico avaliará aonde ocorre a dor e se há ou não referência com esforço físico.
O tratamento se inicia com medidas de prevenção, mudanças no estilo da vida, procedimentos especiais, reabilitação cardíaca, medicação específica e procedimento cirúrgico em alguns casos para a implantação de pontes ou angioplastia - introdução de um balão inflado nas artérias coronárias estreitadas por um ateroma para expandi-las e desbloqueá-las.
"Com o tratamento é possível reduzir a freqüência, a severidade dos sintomas e prevenir o risco de ataque cardíaco. Mas se os sintomas forem leves e não apresentarem piora, apenas a mudança no estilo de vida e medicamentos serão necessários", afirma o médico.
Algumas recomendações são importantes para a prevenção e controle da angina como não fumar, já que o fumo sobrecarrega o coração obrigando-o a trabalhar mais; reduzir o peso se estiver acima dele; exercícios regulares de acordo com o preparo físico; evitar o estresse; controlar a pressão arterial; moderar a ingestão de álcool; fazer refeições menores e mais freqüentes e evitar temperaturas baixas ou muito elevadas.
"Nem toda dor no peito é angina ou infarto, nem todo infarto é conseqüência de angina, nem toda angina acaba em infarto do miocárdio. O médico deverá esclarecer ao paciente as diferentes possibilidades de diagnóstico, além de orientar quanto ao melhor tratamento", finaliza o cardiologista.