Riscos ao coração do fumante passivo são quase tão elevados quanto aos do tabagista
Estudos, um deles publicado no Journal of the American College of Cardiology, sugerem que o fumo passivo pode ser o primeiro passo para um evento cardiovascular agudo
Proibir o fumo em locais fechados e acabar de vez com os fumódromos são medidas que podem contribuir para diminuir os riscos à saúde cardiovascular do fumante passivo. Recentes estudos revelam que os efeitos nocivos da fumaça do cigarro são quase tão prejudiciais ao não fumante quanto para o tabagista.
Publicado no Journal of the American College of Cardiology¹, o estudo analisou os efeitos da exposição de não-fumantes à fumaça do cigarro e os resultados reforçam que os fumantes passivos sofrem alterações no endotélio (camada interna dos vasos sanguíneos), o que os tornam mais vulneráveis aos problemas cardiovasculares.
“Um rompimento no endotélio pode ser o primeiro passo para uma possível ocorrência de um evento cardiovascular agudo, como infarto ou derrame cerebral. Este é um problema muito sério no caso do fumante passivo e ativo, já que em um check-up de rotina não se identifica o risco de eventos agudos a que o paciente está exposto”, alerta a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor (Instituto do Coração) de São Paulo.
Outra pesquisa conduzida pelos PHDs Stanton Glantz e Joaquim Barnoya², da Universidade da Califórnia, constatou em uma revisão de 29 estudos epidemiológicos publicados desde 1995, que o fumante passivo tem duas vezes mais chances de ter problemas cardiovasculares e o tabagista tem três. “Esta diferença estreita é muito maior do que imaginávamos,” comenta Jaqueline. “Isto ocorre porque o fumante passivo não cria mecanismos de defesa contra a fumaça do cigarro.”
Não existe um nível seguro de exposição à fumaça de cigarro. Pequenas quantidades podem ser prejudiciais para a saúde. Separar os fumantes, limpar o ar e ventilar os edifícios não é suficiente para eliminar a exposição ao fumo passivo. Um ambiente livre da fumaça do cigarro é a única forma de proteger completamente os não fumantes.
“O tabaco é o único produto legal capaz de prejudicar todas as pessoas expostas a ele”, lamenta Jaqueline. De acordo com a Associação Americana do Coração (AHA em inglês), de 37 mil a 40 mil pessoas morrem ao ano por doenças do coração e dos vasos sanguíneos, causadas pela fumaça do cigarro de outra pessoa. Um em cada 10 adultos no mundo morre por causa do tabaco, o que significa mais de 5 milhões de pessoas por ano, e dessas, 1 milhão só na América Latina. Entretanto o consumo do cigarro é comum em todo o mundo, graças a preços baixos, publicidade agressiva e políticas públicas inconsistentes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo com grandes avanços na luta contra o tabagismo, nenhum país aplica todas as medidas decisivas para o controle do tabaco. Somente 5% da população mundial está protegida por algum tipo de legislação completa sobre a fumaça produzida pelo tabaco.
Tratamento
Já existe no mercado brasileiro um medicamento desenvolvido especificamente para o tratamento do tabagismo. Trata-se de Champix (vareniclina), cujo mecanismo inovador tem ação dupla. Ele se liga aos mesmos receptores no cérebro nos quais a nicotina atua, eliminando o desejo pelo cigarro, e estimula parcialmente o receptor, o que reduz os sintomas associados à falta do fumo, a chamada síndrome de abstinência. O medicamento aumenta em quatro vezes as chances de um fumante conseguir largar o cigarro, quando comparado ao placebo.
Como os receptores de nicotina no cérebro estão preenchidos pelo Champix, mesmo se o fumante deixar escapar um cigarro, ele não sentirá o prazer a que está acostumado. Ao adquirir Champix, o fumante passa a participar do Eu Quero Parar www.euqueroparar.com.br, um programa interativo que oferece suporte diário durante o tratamento e atua de forma adjuvante à terapia medicamentosa. Na prática, há o envio de mensagens personalizadas por e-mail ou SMS que dão apoio e suporte psicológico ao fumante. Champix é vendido em farmácias, mediante prescrição médica.
A Pfizer é a indústria farmacêutica que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos. O resultado desse trabalho são produtos que melhoram a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Fundada em 1849 e presente em 150 países, a Pfizer comercializa medicamentos na área de Saúde Humana e Animal, como Lípitor, Champix, Sutent, Celsentri, Celebra e Viagra. No Brasil a companhia também desenvolve iniciativas sociais voltadas para a Educação em Saúde.
Fonte: ABN NEWS