Um estudo inédito que acompanha os pacientes por um período extenso mostrou que o transplante de células-tronco após infarto melhora a função cardíaca e diminui a mortalidade a longo prazo. A pesquisa, publicada no “Journal of the American College of Cardiology”, foi conduzida por um grupo pioneiro de pesquisadores da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, que acompanharam 124 pacientes durante cinco anos.
O transplante, feito com células do próprio paciente, foi realizado uma semana depois do infarto. Os resultados após cinco anos mostraram que a função cardíaca melhorou de 51,6% para 56,9% nos que receberam as células. Nos demais pacientes a função caiu para 46,9%. No grupo transplantado, houve apenas uma morte, contra sete entre os demais pacientes.
As pesquisas com células-tronco em pacientes infartados vêm sendo feitas há quase uma década e somam quase mil pacientes. Mas esse estudo alemão tem o mérito de mostrar eficiência e segurança ao longo do tempo, já que o artigo não relata nenhum efeito adverso.
Como as células-tronco sofrem influência das demais, acredita-se que, nos primeiros dias, substâncias inflamatórias presentes no infarto comprometam os resultados. Depois de duas semanas, haveria excesso de substâncias envolvidas na cicatrização. O que os especialistas ainda não sabem é como as células-tronco agem para promover os benefícios encontrados. Não é possível afirmar que houve regeneração do músculo cardíaco.