Células-tronco permitem reparar lesões do coração
Cientistas conseguiram pela primeira vez reparar lesões no coração causadas por uma crise cardíaca, por meio da utilização de células-tronco, segundo estudo publicado nesta segunda-feira na revista norte-americana Circulation.
Pesquisas com ratos constituem uma primeira tentativa de utilização de células pluripotentes induzidas (conhecidas como células iPS, na sigla em inglês) para tratar enfermidades cardíacas.
O objetivo deste estudo é garantir, para algum dia, a utilização de células-tronco de um paciente para reparar o próprio coração, em vez de se recorrer a transplantes, uma intervenção de risco e complicada pela escassez de doadores de órgãos e pelos perigos de rejeição a um órgão estranho.
As iPS adultas, que servem para a renovação de tecidos e são capazes de produzir diferentes tipos de células humanas, representam uma alternativa promissora às células-tronco embrionárias por não apresentarem os problemas éticos destas últimas, que exigem a destruição do embrião.
"Poderíamos ser capazes de modificar células adultas e fabricar 'a pedidos' um tratamento regenerativo cardiovascular", assegura o autor dos estudos, Andre Terzic, da Clínica Mayo de Rochester.
O cientista e sua equipe reprogramaram células geneticamente de modo a convertê-las em células-tronco capazes de se desenvolverem no músculo cardíaco.
Em seguida, foram transplantadas para o coração lesionado de ratos; em quatro semanas, a equipe comprovou que as células conseguiram paralisar o aumento de danos estruturais provocados pela crise cardíaca, além de restabelecer a capacidade do músculo cardíaco e regenerar os tecidos danificados.
Cientistas americanos e japonenes conseguiram, em 2007, transformar células da pele humana em células iPS, inaugurando um acesso potencialmente ilimitado à substituição de tecidos e órgãos destruídos.
Até agora, não foram autorizadas os testes dessas terapias em humanos.