O médico e pesquisador Harry R. Davis Jr., descobridor da molécula ezetimiba e fellow de pesquisa clínica cardiovascular e metabólica Schering-Plough Research Institute, foi um dos principais palestrantes do 64º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que acontece em Salvador até o dia 16.
A ezetimiba está presente em medicamentos para doenças cardiovasculares, isolada e combinada com outras substâncias. Essa molécula combinada com sinvastatina permite a redução de 50% do LDL-C, colesterol ruim. Os estudos das últimas décadas têm comprovado que a diminuição intensa do LDL-C proporciona a redução de doenças cardiovasculares.
A molécula isolada é indicada para pacientes que necessitam de uma eficácia adicional para atingir sua meta de redução do LDL-C. Isso ocorre quando o tratamento com a estatina já não é suficiente para alcançar a redução do colesterol. Neste caso há duas possibilidades, aumentar a dosagem da estatina que garante uma redução de 6% do LDL ou então, combinar a dosagem já utilizada de estatina com ezetimiba, garantindo uma redução de 2,5 vezes maior.
Segundo e o especialista, a dislipidemia, doença caracterizada por elevadas taxas de colesterol no sangue, é silenciosa, não apresentando sintomas específicos e, consequentemente, não representa uma ruptura concreta na rotina dos indivíduos, não sendo reconhecida nem valorizada pelos pacientes como fator de risco à ocorrência de problemas graves, como por exemplo, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame).
Nesse sentido, diz que a conscientização da população é mais difícil. A baixa aderência ao tratamento de doenças crônicas, como o colesterol alto (dislipidemia), é um problema mundial que aumenta sua gravidade e incrementa substancialmente os gastos com saúde pública.